Querofobia: o medo de ser feliz

Querofobia: o medo de ser feliz

Conteúdo feito em colaboração com a psicóloga Regina Souza

“Há alguns dias, comentei na terapia que eu estava bem, mas que isso dava medo. Apesar de saber que o processo não é uma linha contínua, eu não conseguia aproveitar a felicidade com todo seu potencial”.

O relato acima é mais frequente do que você imagina e esse sentimento tem nome: querofobia. 

Querofobia

Querofobia: o medo de ser feliz

No livro “Talvez você deva conversar com alguém”, a escritora Lori Gottlieb apresenta o conceito do medo irracional da alegria, também conhecido como querofobia

“É comum que as pessoas com histórias traumáticas esperem desastres a qualquer instante. Em vez de se apoiar no que vier de bom, tornam-se supervigilantes, sempre esperando que alguma coisa dê errado”, afirma Gottlieb.

Como perder o medo de ser feliz?

De acordo com Regina Souza, psicóloga clínica e organizacional, a felicidade é um estado de bem-estar e contentamento, ela ‘faz parte’ da nossa vida e como parte é necessário compreender que em estado ‘normal’ ela não se fará presente todos os dias de nossas vidas, teremos momentos de tristeza, raiva, euforia, medo e outras emoções que são comuns a todos nós. 

“É importante compreender que nada de forma intensa nos faz bem e cabe a nós buscar homeostase, ou seja, um equilíbrio interno das nossas emoções”, afirma Regina.

Homeostase pode ser compreendida como a habilidade de manter o meio interno em um equilíbrio quase constante. 

A psicóloga reforça, ainda, que essa atitude de tentar ser feliz exige algumas mudanças, seja de pensamentos ou de atitudes, e é sábio que toda mudança, mesmo que pequena, gera desconforto. E isso acaba levando ao medo. Medo de fazer esse esforço e não obter o resultado desejado. 

Qual o melhor caminho?

“Então, de forma bem prática, a primeira via é aceitar que o medo é real, só podemos mudar algo quando aceitamos que existe. Compreender e analisar o conteúdo dos pensamentos negativos à medida que eles surgem quando você se sente feliz ou perto de alcançar a felicidade”, completa a psicóloga. 

Por isso, a melhor alternativa é ser gentil consigo mesmo enquanto enfrenta o medo. É normal sentir-se vulnerável ao buscar a felicidade.

“Compartilhe os seus medos com pessoas de confiança. Esse apoio é fundamental. Lembre-se de que você merece ser feliz”, conclui a especialista. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *